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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O ritual do café



Estampa-se o sol em delicados raios
Sobre o mármore branco e liso da cozinha.

Suavemente me debruço e uma porta abro,
Recolho a chávena fina e o florido prato.

Ergo o meu braço e num voo livre,
No gesto de um armário desvendar,
Recolho o nobre pó de inebriante aroma.

Alongo a mão que a gaveta encontra,
E dela escolho, enfim, a colher mais bela,
Brilhante, pequena, com terno recorte.

Tudo coloco em ordem e harmonia:
O prato tranquilo e a expectante chávena,
Nesta, o torrado grão moído, de castanho intenso.

No açúcar rico, centro o meu cuidado,
A montanha branca transportando, pura,
Em bojuda prata que doce se inclina.

E luzem cristais em cascata linda!

Depois, a água borbulhante, quente,
A mistura inunda, dissolvendo-a
Em espirais de espuma que a colher adorna.

Café! Café! Precioso encanto!

Em dégagé devant te cumprimento,
Os meus braços lanço em acolhimento grato.

Da janela aberta me acerco então.

Tão bela é a vista que o Outono pinta no jardim!
Castanho da terra e verde das plantas unem-se
À água que brilha em bebedouro antigo.

Aspiro, feliz, da manhã tranquila, o seu odor
A quente café e à relva orvalhada.
Olho o céu e sorvo um gole, outro e outro.

E assim me quedo, por instantes longos.
Entre o prazer forte do café e a doçura da manhã
Mais um dia de vida se inicia!


Ilona Bastos

terça-feira, 13 de abril de 2010

Dia do beijo



Palavras para quê?
É o filme da vida de muitos de nós em que o tema do beijo é retratado com muito carinho e algum humor.

domingo, 21 de março de 2010

Primavera,Poesia...para celebrar hoje



Olhos postos na terra, tu virás
no ritmo da própria primavera,
e como as flores e os animais
abrirás as mãos de quem te espera.

Eugénio de Andrade

domingo, 14 de fevereiro de 2010

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

~Florbela Espanca~


A 8 de Dezembro de 1894, nasceu em Vila Viçosa, Florbela Espanca, precursora do movimento feminista em Portugal.
Entre muitos este é um dos seus mais belos sonetos
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Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Fly Me To The Moon



Fly me to the moon and
Let me play amoung the stars
Let me see what spring is like
On jupiter and mars

In other words, hold my hand
In other words, baby kiss me

Fill my heart with song and
Let me sing for ever more
You are all I long for
All I worship and adore

In other words, please be true
In other words, I'm in love with you

Fill my heart with song and
Let me sing for ever more
You are all I long for
All I worship and adore

In other words, please be true
In other words
In other words,
I, I love, I love you

Frank Sinatra

quarta-feira, 24 de junho de 2009

domingo, 21 de junho de 2009

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Quando as crianças brincam


Quando as crianças brincam
E eu as oiço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.

E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.

Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no coração.

Fernando Pessoa

domingo, 3 de maio de 2009

Poema à Mãe



No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...

Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."

Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...


Eugénio de Andrade

sexta-feira, 1 de maio de 2009

sábado, 21 de março de 2009

Dia da árvore


A um carvalho

Eis o pai da montanha, o bíblico MoisésVegetal!
Falou com Deus também,
E debaixo dos pés,
inominada, tem
A lei da vida em pedra natural!

Forte como um destino,
Calmo como um pastor,
E sempre pontual e matutino
A receber o frio e o calor!

Barbas, rugas e veias
De gigante.
Mas, sobretudo, braços!
Longos e negros desmedidos traços,
Gestos solenes duma fé constante...

Folhas verdes à volta do desejo
Que amadurece.
E nos olha a prece
Da eternidade
Eis o pai da montanha, o fálico pagão
Que se veste de neve e guarda a mocidade
No coração!

Miguel Torga

quinta-feira, 19 de março de 2009

...PAI


Recordando quem sempre foi a minha luz.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

*Murmúrio*


Traz-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.

Traz-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.

Traz-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
- Vê que nem te digo - esperança!
- Vê que nem sequer sonho - amor!

Cecília Meireles

**********

Hoje é o teu dia.
Estas eram as tuas flores preferidas,Mãe.
Tenho saudades de ti.

sábado, 1 de novembro de 2008

Adágio




Não faças do amanhã o sinônimo de nunca,
nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais.
Teus passos ficaram.
Olha para trás...
mas vai em frente
pois há muitos que precisam
que chegues, para poderem
seguir-te.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Outono


Tarde pintada
Por não sei que pintor.
Nunca vi tanta cor
Tão colorida!
Se é de morte ou de vida,
Não é comigo.
Eu, simplesmente, digo
Que há fantasia
Neste dia,
Que o mundo me parece
Vestido por ciganas adivinhas,
E que gosto de o ver, e me apetece
Ter folhas, como as vinhas.

Miguel Torga