A vida tem cores que por vezes não percebemos,tem sons que nem sempre ouvimos,tem sabores que não provamos,armadilhas que nós mesmos armamos,e caminhos, muitos caminhos,que ainda não percorremos.
Falta-nos tempo para apreciar os detalhes.Assim, deixamos o tempo, precioso tempo,escorrer pelos dedos da mão.
Filhos que crescem e não percebemos,amores que vão se desfazendo,caindo na rotina massacrante,e não percebemos.
Envelhecemos e abandonamos nossos sonhos,passamos pela vida e reclamamos,um ano começa e quando vemos,já acabou sem ao menos termos vivido.
Nossas orações são ladainhas repetidas,expressões vazias da nossa desilusão,Deus no trono distante,nós na Terra errante...
Não há mais tempo para a vida,apenas para os compromissos inadiáveis
da nossa agonia,somos empurrados pelo consumismo,somos esmagados pelas dívidas,
pelo preço de viver.
Na luta diária da sobrevivência não há tempo:para poesia, flores, sentar no chão,andar descalço, comer com a mão,namorar na praça, andar sem direcçãoter com Deus uma comunhão...
Estamos fugindo do encontro crucialentre nós e os nossos sonhos,entre o que queremos e o que não temos,entre o que imaginamos e o que é.
E fica no ar a pergunta:para onde vamos?
Que tu vás rumo a felicidade,descobrindo que a vida é um presente sem igual,que Deus oferece para alguém especial,sentindo a brisa da manhã que convida,para a vida que se abre em flor,desejando para ti:muita paz e muito amor.
(Autor desconhecido)
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