quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Memória humana
Quando se gosta da vida, gosta-se do passado, porque ele é o presente tal como sobreviveu na memória humana.
Marguerite Yourcenar
Marguerite Yourcenar
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Os degraus
Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos – onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...
Mário Quintana
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terça-feira, 8 de dezembro de 2009
~Florbela Espanca~
A 8 de Dezembro de 1894, nasceu em Vila Viçosa, Florbela Espanca, precursora do movimento feminista em Portugal.
Entre muitos este é um dos seus mais belos sonetos
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Ser Poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Entre muitos este é um dos seus mais belos sonetos
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Ser Poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
domingo, 29 de novembro de 2009
O Meu Olhar
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
Alberto Caeiro
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quinta-feira, 26 de novembro de 2009
domingo, 15 de novembro de 2009
Chove chuva...
sábado, 14 de novembro de 2009
A minha aguerrida teimosia
sábado, 7 de novembro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Recomeça ...
Recomeça ...
Se puderes,
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
do futuro,
Dá-os em liberdade
Enquanto não alcances,
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
Miguel Torga
domingo, 25 de outubro de 2009
O meu amor existe...
Livre não sou, que nem a própria vida
Mo consente.
Mas a minha aguerrida
Teimosia
É quebrar dia a dia
Um grilhão da corrente.
Miguel Torga
Mo consente.
Mas a minha aguerrida
Teimosia
É quebrar dia a dia
Um grilhão da corrente.
Miguel Torga
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quinta-feira, 22 de outubro de 2009
O primeiro olhar
Inventa a eternidade na simples
comoção de olhar uma estrela.
Basta que a olhes pela primeira vez,
depois de a teres olhado inúmeras vezes.
E, então, não precisarás de nenhum Deus
que te ponha a mão no ombro e diga "estou aqui".
Uma estrela espera-te desde toda a eternidade.
Procura-a.
E vê se a não perdes durante a vida inteira.
A tua estrela pode não estar no céu.
Põe-na lá.
Vergílio Ferreira
comoção de olhar uma estrela.
Basta que a olhes pela primeira vez,
depois de a teres olhado inúmeras vezes.
E, então, não precisarás de nenhum Deus
que te ponha a mão no ombro e diga "estou aqui".
Uma estrela espera-te desde toda a eternidade.
Procura-a.
E vê se a não perdes durante a vida inteira.
A tua estrela pode não estar no céu.
Põe-na lá.
Vergílio Ferreira
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Vergílio Ferreira
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
...poder sobre si...
domingo, 27 de setembro de 2009
Ausência
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Amor verdadeiro
“Uma alma gêmea é alguém cujas fechaduras coincidem com as nossas chaves e cujas chaves coincidem com as nossas fechaduras. Quando nos sentimos seguros a ponto de abrir as fechaduras, surge o nosso eu mais verdadeiro e podemos ser, completa e honradamente, quem somos. Cada um descobre a melhor parte do outro”.
Richard Bach
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Os sinais do meu caminho
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Um pequeno gesto
terça-feira, 15 de setembro de 2009
terça-feira, 8 de setembro de 2009
noite de verão no teu peito
Vê como o verão
subitamente se faz água no teu peito,
e a noite se faz barco,
e minha mão marinheiro.
Eugénio de Andrade
subitamente se faz água no teu peito,
e a noite se faz barco,
e minha mão marinheiro.
Eugénio de Andrade
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Poesia universal
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Fica, para sempre
Porque curiosamente, onde menos te encontro é onde tu exististe. Desprendeste-te donde estiveste e é em mim que mais me acontece tu estares. Mas nem sempre. Quantos dias se passam sem tu apareceres. E às vezes penso é bom que assim seja para eu aprender a estar só. Mas de outras vezes tu rompes-me pela vida dentro e eu quase sufoco da tua presença. Ouço-te dizer o meu nome e eu corro ao teu encontro e digo-te vai-te, vai-te embora. Por favor. E eu sinto-me logo tão infeliz. E digo-te não vás. Fica. Para sempre.
Vergílio Ferreira
Vergílio Ferreira
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
...sonho impossível da alma.
"A alma é uma colecção de belos quadros adormecidos, os seus rostos envolvidos pela sombra. Sua beleza é triste e nostálgica porque, sendo moradores da alma, sonhos, eles não existem do lado de fora. Vez por outra, entretanto, defrontamo-nos com um rosto (ou será apenas uma voz, ou uma maneira de olhar, ou um jeito da mão...) que, sem razões, faz a bela cena acordar. E somos possuídos pela certeza de que este rosto que os olhos contemplam é o mesmo que, no quadro, está escondido pela sombra. O corpo estremece. Está apaixonado.
Acontece, entretanto, que não existe coisa alguma que seja do tamanho do nosso amor. A nossa fome de beleza é grande demais.(...) Cedo ou tarde descobrirá que o rosto não é aquele. E a bela cena retornará à sua condição de sonho impossível da alma. E só restará a ela alimentar-se da nostalgia que rosto algum poderá satisfazer..."
Rubem Alves
Acontece, entretanto, que não existe coisa alguma que seja do tamanho do nosso amor. A nossa fome de beleza é grande demais.(...) Cedo ou tarde descobrirá que o rosto não é aquele. E a bela cena retornará à sua condição de sonho impossível da alma. E só restará a ela alimentar-se da nostalgia que rosto algum poderá satisfazer..."
Rubem Alves
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Sabedoria
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
sexta-feira, 31 de julho de 2009
...todas as noites são de sonhos.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Rosa com espinho
Abro a rosa com pétalas viradas para dentro
de mim, sugando-me o ser com os seus lábios
de veludo. E quando estou dentro da rosa, ouvindo
a música que corre ao longo do caule, num êxtase
de seiva, troco em versos o que a rosa me diz,
sentindo que a rosa se fecha, em botão, para
que o meu ser não saia de dentro dela. Então,
sei que habito o próprio centro do efémero,
enquanto as pétalas vão caindo, uma a uma,
à medida que a rosa se abre, e o sol que entra
para dentro da rosa, empurrando o meu ser
para fora do centro, corre nas suas veias,
como seiva de fogo, até fazer com que outros
botões nasçam, para que me suguem o ser, até
entre mim e a rosa não haver senão a frágil
fronteira de um espinho, em que me pico,
sentindo que a gota de sangue do meu dedo
podia ser a seiva em que a rosa nasce do ser
que a deseja, no instante efémero do amor.
Nuno Júdice
de mim, sugando-me o ser com os seus lábios
de veludo. E quando estou dentro da rosa, ouvindo
a música que corre ao longo do caule, num êxtase
de seiva, troco em versos o que a rosa me diz,
sentindo que a rosa se fecha, em botão, para
que o meu ser não saia de dentro dela. Então,
sei que habito o próprio centro do efémero,
enquanto as pétalas vão caindo, uma a uma,
à medida que a rosa se abre, e o sol que entra
para dentro da rosa, empurrando o meu ser
para fora do centro, corre nas suas veias,
como seiva de fogo, até fazer com que outros
botões nasçam, para que me suguem o ser, até
entre mim e a rosa não haver senão a frágil
fronteira de um espinho, em que me pico,
sentindo que a gota de sangue do meu dedo
podia ser a seiva em que a rosa nasce do ser
que a deseja, no instante efémero do amor.
Nuno Júdice
quarta-feira, 29 de julho de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
Sentirei a voz molhada...
Verei a cidade morta
Ir ficando para trás
E em frente se abrirem campos
Em flores e pirilampos
Como a miragem de tantos
Que tremeluzem no alto.
Num ponto qualquer da treva
Um vento me envolverá
Sentirei a voz molhada
Da noite que vem do mar
Chegar-me-ão falas tristes
Como a querer me entristar
Mas não serei mais lembrança
Nada me surpreenderá.
Vinicius de Moraes
Ir ficando para trás
E em frente se abrirem campos
Em flores e pirilampos
Como a miragem de tantos
Que tremeluzem no alto.
Num ponto qualquer da treva
Um vento me envolverá
Sentirei a voz molhada
Da noite que vem do mar
Chegar-me-ão falas tristes
Como a querer me entristar
Mas não serei mais lembrança
Nada me surpreenderá.
Vinicius de Moraes
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Vinicius de Moraes
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Verde que te quero verde
Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde.
Por sob a lua gitana,
as coisas estão mirando-a
e ela não pode mirá-las.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde.
Por sob a lua gitana,
as coisas estão mirando-a
e ela não pode mirá-las.
(...)
Frederico Garcia Lorca
Onde a pedra é flor,
Na orla do mar,
no rumor do vento,
onde esteve a linha
pura do teu rosto
ou só pensamento
(e mora, secreto,
intenso, solar,
todo o meu desejo)
aí vou colher
a rosa e a palma.
Onde a pedra é flor,
onde o corpo é alma.
Eugénio de Andrade
no rumor do vento,
onde esteve a linha
pura do teu rosto
ou só pensamento
(e mora, secreto,
intenso, solar,
todo o meu desejo)
aí vou colher
a rosa e a palma.
Onde a pedra é flor,
onde o corpo é alma.
Eugénio de Andrade
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domingo, 26 de julho de 2009
...oportunidades
Quando nos calamos, nem sempre quer dizer
que concordamos com o que ouvimos ou lemos,
mas estamos dando a outrem a chance de pensar,
reflectir, saber o que falou ou escreveu!!!
Carlos Drummond de Andrade
que concordamos com o que ouvimos ou lemos,
mas estamos dando a outrem a chance de pensar,
reflectir, saber o que falou ou escreveu!!!
Carlos Drummond de Andrade
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Pensamentos
sábado, 25 de julho de 2009
...Deve haver um lugar
....Deve haver um lugar onde um braço
....e outro braço sejam mais que dois braços,
....um ardor de folhas mordidas pela chuva,
....a manhã perto nem que seja de rastos.
Eugénio de Andrade
....e outro braço sejam mais que dois braços,
....um ardor de folhas mordidas pela chuva,
....a manhã perto nem que seja de rastos.
Eugénio de Andrade
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sexta-feira, 24 de julho de 2009
Viagem
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
Miguel Torga
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
Miguel Torga
quinta-feira, 23 de julho de 2009
O mar e os meus pensamentos
O mar puxa por mim p'rá poesia
As ondas são as Musas que me inspiram
E seja a bem, ou fantasia,
Há versos novos que no mar surgiram!
São sobre as ondas escritos os meus versos
Mirando aquele céu acinzentado
E com os pensamentos mais diversos
Escrevo, porque sei que estou inspirado!
Aproveito a hora a que as Musas
Se chegam até mim aqui no mar
E se ideias havia mui confusas
Nesse momento eu as sinto clarear!
O mar é um alfobre de tormentos
Mas muita coisa bela tem p'ra dar
Pois em mim são férteis os momentos
Em que há vontade enorme p'ra rimar!
J. Quintino Teles
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quarta-feira, 22 de julho de 2009
Olhem esta magnólia,
Nem sempre as folhas são
quem primeiro vê a luz.
Olhem esta magnólia,
que se cobriu de flores,
antes de se terem coberto
de folhas, os ramos nus...
Jorge Sousa Braga
quem primeiro vê a luz.
Olhem esta magnólia,
que se cobriu de flores,
antes de se terem coberto
de folhas, os ramos nus...
Jorge Sousa Braga
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terça-feira, 21 de julho de 2009
Falo da natureza.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Fly Me To The Moon
Fly me to the moon and
Let me play amoung the stars
Let me see what spring is like
On jupiter and mars
In other words, hold my hand
In other words, baby kiss me
Fill my heart with song and
Let me sing for ever more
You are all I long for
All I worship and adore
In other words, please be true
In other words, I'm in love with you
Fill my heart with song and
Let me sing for ever more
You are all I long for
All I worship and adore
In other words, please be true
In other words
In other words,
I, I love, I love you
Frank Sinatra
domingo, 19 de julho de 2009
Não és mais que a brisa...
Não és mais que a brisa ali
Se eu te olho e tu me olhas,
Quem primeiro é que sorri?
O primeiro a sorrir ri.
Ri e olha de repente
Para afins de não olhar
Para onde nas folhas sente
O som do vento a passar
Tudo é vento e disfarçar.
Mas o olhar de estar olhando
Olha não olha, voltou
E estamos os dois falando
O que se não conversou
Isto acaba ou começou?
Fernando Pessoa
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sábado, 18 de julho de 2009
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Poema do gato
Quem há-de abrir a porta ao gato
quando eu morrer?
Sempre que pode
foge prá rua,
cheira o passeio
e volta pra trás,
mas ao defrontar-se com a porta fechada
(pobre do gato!)
mia com raiva
desesperada.
Deixo-o sofrer
que o sofrimento tem sua paga,
e ele bem sabe.
Quando abro a porta corre pra mim
como acorre a mulher aos braços do amante.
Pego-lhe ao colo e acaricio-o
num gesto lento,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele olha-me e sorri, com os bigodes eróticos,
olhos semi-cerrados, em êxtase,
ronronando.
Repito a festa,
vagarosamente.
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele aperta as maxilas,
cerra os olhos,
abre as narinas.
e rosna.
Rosna, deliquescente,
abraça-me
e adormece.
Eu não tenho gato, mas se o tivesse
quem lhe abriria a porta quando eu morresse?
António Gedeão
quando eu morrer?
Sempre que pode
foge prá rua,
cheira o passeio
e volta pra trás,
mas ao defrontar-se com a porta fechada
(pobre do gato!)
mia com raiva
desesperada.
Deixo-o sofrer
que o sofrimento tem sua paga,
e ele bem sabe.
Quando abro a porta corre pra mim
como acorre a mulher aos braços do amante.
Pego-lhe ao colo e acaricio-o
num gesto lento,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele olha-me e sorri, com os bigodes eróticos,
olhos semi-cerrados, em êxtase,
ronronando.
Repito a festa,
vagarosamente.
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele aperta as maxilas,
cerra os olhos,
abre as narinas.
e rosna.
Rosna, deliquescente,
abraça-me
e adormece.
Eu não tenho gato, mas se o tivesse
quem lhe abriria a porta quando eu morresse?
António Gedeão
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quinta-feira, 16 de julho de 2009
Chuva
Cai a chuva, ploc, ploc
corre a chuva ploc, ploc
como um cavalo a galope.
Enche a rua, plás, plás
esconde a lua, plás, plás
e leva as folhas atrás.
Risca os vidros, truz, truz
molha os gatos, truz, truz
e até apaga a luz.
Parte as flores, plim, plim
maça a gente plim, plim
parece não ter mais fim.
Luísa Ducla Soares
corre a chuva ploc, ploc
como um cavalo a galope.
Enche a rua, plás, plás
esconde a lua, plás, plás
e leva as folhas atrás.
Risca os vidros, truz, truz
molha os gatos, truz, truz
e até apaga a luz.
Parte as flores, plim, plim
maça a gente plim, plim
parece não ter mais fim.
Luísa Ducla Soares
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Há três coisas na vida...
terça-feira, 14 de julho de 2009
Dust In The Wind
Era o vídeo dos Scorpions que queria postar, mas encontrei este que não fica a dever nada ao original dos Kansas nem ao grupo alemão.Eu prefiro este.
I close my eyes
Only for a moment
And the moment's gone
All my dreams
Pass before my eyes, a curiosity
Dust in the wind
All they are is dust in the wind
Same old song
Just a drop of water
In an endless sea
All we do
Crumbles to the ground
Though we refuse to see
Dust in the wind
All we are is dust in the wind, ohh
Now, don't hang on
Nothing lasts forever
But the earth and sky
It slips away
And all your money
Won't another minute buy
Dust in the wind
All we are is dust in the wind
Dust in the wind
Everything is dust in the wind
The wind
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segunda-feira, 13 de julho de 2009
Raízes
as minhas raízes são como jasmim
não são fortes
não são profundas
apenas leveza
apenas perfume
estar aqui é apenas o ínicio
de uma aventura
as minhas raízes são como jasmim
imaginava a vida como uma árvore
com raízes sólidas
com braços de abraços
com um fim e um principio
com amor e ódio
descobri a beleza do efémero
as minhas raízes
são apenas perfume
Orlando Jorge Figueiredo
não são fortes
não são profundas
apenas leveza
apenas perfume
estar aqui é apenas o ínicio
de uma aventura
as minhas raízes são como jasmim
imaginava a vida como uma árvore
com raízes sólidas
com braços de abraços
com um fim e um principio
com amor e ódio
descobri a beleza do efémero
as minhas raízes
são apenas perfume
Orlando Jorge Figueiredo
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domingo, 12 de julho de 2009
...vermelho
Trago dálias vermelhas no regaço ...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!
Florbela Espanca
sábado, 11 de julho de 2009
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Não te encontro, não te alcanço...
Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.
Cecília Meireles
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.
Cecília Meireles
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quinta-feira, 9 de julho de 2009
O Gato
quarta-feira, 8 de julho de 2009
...azul
Reflecte toda a nossa vida
Aumenta o maior dos sonhos
A procura de um futuro
Que não vem nos jornais
E assim da uma nova vida
A um gato que já gastou sete
Ninguém vê a luz do túnel
Sem olhar a cor do mar
Azul!
A cor azul
O céu do mundo
Uma luz para nos salvar
Não importa sol ou sombra
Não importa o preto e branco
Que os meus sonhos são as cores
Todas juntas numa só
Oh, azul
A cor azul
Vai-nos salvar
Vai-nos guiar, iluminar
Quero ver o teu olhar azul
A brilhar no meu caminho
Quero ver o teu sorriso azul
Quero ser o teu golfinho
Delfins
Aumenta o maior dos sonhos
A procura de um futuro
Que não vem nos jornais
E assim da uma nova vida
A um gato que já gastou sete
Ninguém vê a luz do túnel
Sem olhar a cor do mar
Azul!
A cor azul
O céu do mundo
Uma luz para nos salvar
Não importa sol ou sombra
Não importa o preto e branco
Que os meus sonhos são as cores
Todas juntas numa só
Oh, azul
A cor azul
Vai-nos salvar
Vai-nos guiar, iluminar
Quero ver o teu olhar azul
A brilhar no meu caminho
Quero ver o teu sorriso azul
Quero ser o teu golfinho
Delfins
terça-feira, 7 de julho de 2009
segunda-feira, 6 de julho de 2009
domingo, 5 de julho de 2009
nunca o amor foi fácil...
(...)
Subo por ti de ramo em ramo,
respiro rente à tua boca,
abre-se a alma à língua, morreria
agora se mo pedisses, dorme,
nunca o amor foi fácil, nunca,
também a terra morre.
Eugénio de Andrade
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Eugénio de Andrade,
Poesia universal
sábado, 4 de julho de 2009
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Mãos
Só elas são
estrelas penduradas nos meus dedos.
- Ó mãos da minha alma,
flores abertas aos meus segredos.
Eugénio de Andrade
estrelas penduradas nos meus dedos.
- Ó mãos da minha alma,
flores abertas aos meus segredos.
Eugénio de Andrade
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quinta-feira, 2 de julho de 2009
Eu
"Eu, infanta, não sabia
as mágoas que a vida tem.
Ingenuamente sorria,
me aninhava e adormecia
no colo da minha mãe."
António Gedeão
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quarta-feira, 1 de julho de 2009
Aromas e cheiros
Envolvo num murmúrio as flores
que o verso me dá.
que o verso me dá.
As pétalas
têm a cor dos lábios que
as cantam; e o pólen sabe ao mel
dos dedos que as colheram,
uma tarde, enquanto o sol
descia sobre os ombros nus
das colinas.
têm a cor dos lábios que
as cantam; e o pólen sabe ao mel
dos dedos que as colheram,
uma tarde, enquanto o sol
descia sobre os ombros nus
das colinas.
Pisei-as com os pés
da estrofe, e o vinho do amor
destilou de um mosto de
sensações.
da estrofe, e o vinho do amor
destilou de um mosto de
sensações.
Bebo-o do copo
do teu corpo; e uma embriaguez
de rosas alastra na vinha
do poema.
Nuno Júdice
do teu corpo; e uma embriaguez
de rosas alastra na vinha
do poema.
Nuno Júdice
terça-feira, 30 de junho de 2009
segunda-feira, 29 de junho de 2009
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