quarta-feira, 1 de julho de 2009

Aromas e cheiros


Envolvo num murmúrio as flores
que o verso me dá.

As pétalas
têm a cor dos lábios que
as cantam; e o pólen sabe ao mel
dos dedos que as colheram,
uma tarde, enquanto o sol
descia sobre os ombros nus
das colinas.

Pisei-as com os pés
da estrofe, e o vinho do amor
destilou de um mosto de
sensações.

Bebo-o do copo
do teu corpo; e uma embriaguez
de rosas alastra na vinha
do poema.

Nuno Júdice

Sem comentários: