quinta-feira, 21 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
...Feliz dia para quem é
...Feliz dia para quem é
O igual do dia,
E no exterior azul que vê
Simples confia!
Azul do céu faz pena a quem
Não pode ser
Na alma um azul do céu também
Com que viver
Ah, e se o verde com que estão
Os montes quedos
Pudesse haver no coração
E em seus segredos!
Mas vejo quem devia estar
Igual do dia
Insciente e sem querer passar.
Ah, a ironia
De só sentir a terra e o céu
Tão belo ser
Quem de si sente que perdeu
A alma p’ra os ter!
Fernando Pessoa
Etiquetas:
Fernando Pessoa,
Poesia universal,
Portugal
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
terça-feira, 5 de outubro de 2010
por um raio de luar!
Trepem, trepem trepadeiras!
Trepem, trepem pelo ar!
Que de plantas rasteiras,
está a terra a abarrotar.
Trepem, trepem trepadeiras!
Trepem, trepem sem parar!
E se o muro se acabar,
trepem, trepem trepadeiras,
por um raio de luar.
Jorge Sousa Braga
Trepem, trepem pelo ar!
Que de plantas rasteiras,
está a terra a abarrotar.
Trepem, trepem trepadeiras!
Trepem, trepem sem parar!
E se o muro se acabar,
trepem, trepem trepadeiras,
por um raio de luar.
Jorge Sousa Braga
Etiquetas:
As minhas flores,
As minhas fotografias,
Jorge Sousa Braga,
Olhares,
Outono,
Poesia universal,
Portugal
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Quem as escuta?
Quem as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Desamparadas, inocentes, leves.
Tecidas são de luz e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Eugénio de Andrade
Etiquetas:
Eugénio de Andrade,
Poesia universal,
Portugal
sábado, 2 de outubro de 2010
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Poesia sobre águas passadas
Tela de Jeremy Barlow
Poesia
em desencanto: a casa no canto
da paisagem
introduz o elemento
humano no horizonte.
em desencanto: a casa no canto
da paisagem
introduz o elemento
humano no horizonte.
Permanecer ao extremo tempo
ensaiando passos
dançados sobre a terra
ensaiando passos
dançados sobre a terra
o desengano da efemeridade
e a recorrência do bailado
sobre águas passadas.
e a recorrência do bailado
sobre águas passadas.
Pedro Du Bois
Etiquetas:
Brasil,
Pedro Du Bois,
Poesia universal
domingo, 19 de setembro de 2010
sábado, 18 de setembro de 2010
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
tenho sentidos....
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...
Alberto Caeiro
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...
Alberto Caeiro
Etiquetas:
Alberto Caeiro,
Poesia universal,
Portugal
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
terça-feira, 14 de setembro de 2010
se a janela se abrisse...
Tela de Raffendre
Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Alberto Caeiro
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Alberto Caeiro
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
domingo, 12 de setembro de 2010
Saudades de saudades...
A luz desmaia num fulgor d’aurora,
Diz-nos adeus religiosamente…
E eu que não creio em nada, sou mais crente
Do que em menina, um dia, o fui… outrora…
…
E a esta hora tudo em mim revive:Diz-nos adeus religiosamente…
E eu que não creio em nada, sou mais crente
Do que em menina, um dia, o fui… outrora…
…
Saudades de saudades que não tenho…
Sonhos que são os sonhos dos que eu tive…
Fernando Pessoa
Etiquetas:
Fernando Pessoa,
Poesia universal,
Portugal
sábado, 11 de setembro de 2010
a vida que é vivida....
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Fernando Pessoa
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Fernando Pessoa
Etiquetas:
Fernando Pessoa,
Poesia universal,
Portugal
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
...a esta hora tudo em mim revive...
A luz desmaia num fulgor d’aurora,
Diz-nos adeus religiosamente…
E eu que não creio em nada, sou mais crente
Do que em menina, um dia, o fui… outrora…
…
E a esta hora tudo em mim revive:
Saudades de saudades que não tenho…
Sonhos que são os sonhos dos que eu tive…
Florbela Espanca
Diz-nos adeus religiosamente…
E eu que não creio em nada, sou mais crente
Do que em menina, um dia, o fui… outrora…
…
E a esta hora tudo em mim revive:
Saudades de saudades que não tenho…
Sonhos que são os sonhos dos que eu tive…
Florbela Espanca
Etiquetas:
Florbela Espanca,
Poesia universal,
Portugal
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Também ele vai morrer...o Verão
Também ele vai morrer, o Verão.
.....Do verde ao vermelho
.....as maçãs ardem sobre a mesa.
.....Ardem de uma luz sua, mais madura.
.....E servem-me de espelho.
Eugénio de Andrade
Etiquetas:
Eugénio de Andrade,
Olhares,
Poesia universal,
Portugal
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Esqueço o quanto me ensinaram
Deito-me ao comprido na erva.
E esqueço do quanto me ensinaram.
O que me ensinaram nunca me deu mais calor nem mais frio,
O que me disseram que havia nunca me alterou a forma de uma coisa.
O que me aprenderam a ver nunca tocou nos meus olhos.
O que me apontaram nunca estava ali: estava ali só o que ali estava.
Alberto Caeiro
E esqueço do quanto me ensinaram.
O que me ensinaram nunca me deu mais calor nem mais frio,
O que me disseram que havia nunca me alterou a forma de uma coisa.
O que me aprenderam a ver nunca tocou nos meus olhos.
O que me apontaram nunca estava ali: estava ali só o que ali estava.
Alberto Caeiro
Etiquetas:
Alberto Caeiro,
Poesia universal,
Portugal
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Exílio
No exílio de mim mesmo
passeio tranquilas saudades
em parques verdejantes. Viajo florestas
e mares. Estou na solidão da espera:
avisto navios ao longe.
Não tenho curiosidade em aportar
ao marujo e pedir noticias.
Não é minha hora de chegada.
Retorno na calmaria: ondas
maravilham a terra escorraçada,
meu corpo ilhado em pedras.
Chegar é mistério atravessado ao fio
do desencontro.
Pedro Du Bois
Etiquetas:
Brasil,
Pedro Du Bois,
Poesia universal
domingo, 5 de setembro de 2010
...num êxtase de seiva,
Abro a rosa com pétalas viradas para dentro
de mim, sugando-me o ser com os seus lábios
de veludo. E quando estou dentro da rosa, ouvindo
a música que corre ao longo do caule, num êxtase
de seiva, troco em versos o que a rosa me diz,
sentindo que a rosa se fecha, em botão, para
que o meu ser não saia de dentro dela. Então,
sei que habito o próprio centro do efémero,
enquanto as pétalas vão caindo, uma a uma,
à medida que a rosa se abre, e o sol que entra
para dentro da rosa, empurrando o meu ser
para fora do centro, corre nas suas veias,
como seiva de fogo, até fazer com que outros
botões nasçam, para que me suguem o ser, até
entre mim e a rosa não haver senão a frágil
fronteira de um espinho, em que me pico,
sentindo que a gota de sangue do meu dedo
podia ser a seiva em que a rosa nasce do ser
que a deseja, no instante efémero do amor.
Nuno Júdice
de mim, sugando-me o ser com os seus lábios
de veludo. E quando estou dentro da rosa, ouvindo
a música que corre ao longo do caule, num êxtase
de seiva, troco em versos o que a rosa me diz,
sentindo que a rosa se fecha, em botão, para
que o meu ser não saia de dentro dela. Então,
sei que habito o próprio centro do efémero,
enquanto as pétalas vão caindo, uma a uma,
à medida que a rosa se abre, e o sol que entra
para dentro da rosa, empurrando o meu ser
para fora do centro, corre nas suas veias,
como seiva de fogo, até fazer com que outros
botões nasçam, para que me suguem o ser, até
entre mim e a rosa não haver senão a frágil
fronteira de um espinho, em que me pico,
sentindo que a gota de sangue do meu dedo
podia ser a seiva em que a rosa nasce do ser
que a deseja, no instante efémero do amor.
Nuno Júdice
Etiquetas:
Nuno júdice,
Olhares,
Poesia universal,
Portugal
sábado, 4 de setembro de 2010
as coisas que te dou
(...)
Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.
Eugénio de Andrade
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.
Eugénio de Andrade
Etiquetas:
Eugénio de Andrade,
Poesia universal,
Portugal
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
...perfume do vento
O entardecer através do teu olhar,
Tem um encantamento singular.
Trazendo sempre contigo,
A eterna beleza do momento
E a suavidade do perfume do vento.
Tem um encantamento singular.
Trazendo sempre contigo,
A eterna beleza do momento
E a suavidade do perfume do vento.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Esse rio sem fim
Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.
Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.
Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.
E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre —
Esse rio sem fim.
Fernando Pessoa
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.
Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.
Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.
E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre —
Esse rio sem fim.
Fernando Pessoa
Etiquetas:
Fernando Pessoa,
Poesia universal,
Portugal
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Os teus olhos entristecem
Teus olhos entristecem.
Nem ouves o que digo.
Dormem, sonham esquecem...
Não me ouves, e prossigo.
Digo o que já, de triste,
Te disse tanta vez...
Creio que nunca o ouviste
De tão tua que és.
Olhas-me de repente
De um distante impreciso
Com um olhar ausente.
Começas um sorriso.
Continuo a falar.
Continuas ouvindo
O que estás a pensar,
Já quase não sorrindo.
Até que neste ocioso
Sumir da tarde fútil,
Se esfolha silencioso
O teu sorriso inútil.
Fernando Pessoa
Nem ouves o que digo.
Dormem, sonham esquecem...
Não me ouves, e prossigo.
Digo o que já, de triste,
Te disse tanta vez...
Creio que nunca o ouviste
De tão tua que és.
Olhas-me de repente
De um distante impreciso
Com um olhar ausente.
Começas um sorriso.
Continuo a falar.
Continuas ouvindo
O que estás a pensar,
Já quase não sorrindo.
Até que neste ocioso
Sumir da tarde fútil,
Se esfolha silencioso
O teu sorriso inútil.
Fernando Pessoa
Etiquetas:
Fernando Pessoa,
Poesia universal,
Portugal
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Mulheres que lêem são perigosas!
Winslow Homer
Silvano Gamba
Alexander Deineka
Alexander Deineka
Tamara de Lempicka
Henri Matisse
Frank Weston-Benson
Edward Barne Jones
Charles Edward Perugini
Alexander Bartashevich
José Ferraz de Almeida Jr
Alberto Pisa
Pierre Pivet
Josep Togores Renee
Harriet Backer
«Ler é um acto de isolamento amigável. Quando estamos a ler, procuramos tornar-nos inantingíveis. Talvez fosse isso que interessou os pintores durante muito tempo no retrato dos leitores: mostrar pessoas num estado da mais profunda intimidade não destinada a outros»
in «Mulheres que lêem são perigosas», de Stefan Bolmann
in «Mulheres que lêem são perigosas», de Stefan Bolmann
domingo, 27 de junho de 2010
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Esperança
Tela de Lawrence Alma-Talema
Se eu conseguisse viver este dia,
O dia que hoje passa,
Como se fosse o último da minha vida...
Esmagando ressentimentos,
Aleijando-me de toda a podridão
Que me aniquila a graça,
Que me enegrece a alma
E enluta o coração...
Ai, se eu pudesse suster
Os passos incertos,
No caminho errado,
Do meu viver !
E ao passado não voltar,
E saber esquecer,
Esquecer e perdoar ! ...
Se conseguisse reter
A lágrima que teima,
Dolorida,
Soltar-se dos olhos vidrados,
E que teima
Os rostos enrugados
Dos vencidos da vida ...
Se eu pudesse evadir-me
Deste negro cárcere,
Desta dura e fria prisão
Onde, há muito, vivo
Abandonado,
Cativo,
Nos braços da solidão...
Se eu conseguisse viver
Só dentro de ti,
E tu, bem dentro de mim,
Mas sem ninguém entender
O nosso viver assim ...
Isolado, neste mundo,
Onde a amargura se esconde,
Alimentando uma esperança
Que virá, não sei bem donde ...
- Do horizonte ? Do céu? Do mar?
... Na chama do amor vivendo,
O coração não se cansa,
Não se cansa de esperar! ...
José Maria Lopes de Araújo
Etiquetas:
José Mª Lopes Araújo,
Poesia universal,
Portugal
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Amizade
Que a cada amanhecer do teu dia nasça contigo uma flor.
Que cada sorriso teu, seja as pétalas que torna esta flor mais completa.
Que cada pensamento positivo, seja o caule .. que a sustenta.
Que cada passo para a vitória, seja a terra que alimenta.
Que cada gesto teu, seja o sol que fornece energia, e que o brilho dos teus olhos, seja a beleza e a simplicidade desta flor, que me embriaga com o seu perfume e me encanta com seu carisma.
Esta flor que desabrocha em teus pensamentos e me transforma em ti...
Uma flor que vai permanecer intacta às mais diferentes épocas, aos mais inesperados destinos, uma flor que nunca vou permitir morrer.
Sabes porque?
Porque ela é linda como tu
e porque todos a chamam de
AMIZADE
Que cada sorriso teu, seja as pétalas que torna esta flor mais completa.
Que cada pensamento positivo, seja o caule .. que a sustenta.
Que cada passo para a vitória, seja a terra que alimenta.
Que cada gesto teu, seja o sol que fornece energia, e que o brilho dos teus olhos, seja a beleza e a simplicidade desta flor, que me embriaga com o seu perfume e me encanta com seu carisma.
Esta flor que desabrocha em teus pensamentos e me transforma em ti...
Uma flor que vai permanecer intacta às mais diferentes épocas, aos mais inesperados destinos, uma flor que nunca vou permitir morrer.
Sabes porque?
Porque ela é linda como tu
e porque todos a chamam de
AMIZADE
sábado, 5 de junho de 2010
quinta-feira, 3 de junho de 2010
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Chapeus há muitos!!!!
Quisera então saber toda a verdade
De um chapéu na rua encontrado
Trazendo a esse dia uma saudade
D'algum segredo antigo e apagado
.....
Um dia entre a memória e o esquecimento
Colhi aquele chapéu envelhecido
Soltei o pó antigo entregue ao vento
Lembrando aquele sorriso prometido
As abas tinham vincos mal traçados
Marcados pelas penas ressequidas
As curvas eram restos enfeitados
De um corte de paixões então vividas
Aldina Duarte
Etiquetas:
Arte,
Chapeus,
Poesia universal,
Portugal
Subscrever:
Mensagens (Atom)