terça-feira, 30 de setembro de 2008

Dias iguais


e os mesmos dias
em que os passos se perdem
varridos pelo vento
e pela ligeireza
em que os gestos se multiplicam
e omitem palavras
em que a voz se esconde
para não mostrar o rosto
são tantas as noites
e os mesmos dias
em que o corpo resigna
e a alma debocha
em que a memória declina
e a esperança adormece
em que o amor surge
e a ignorância permanece
são tantas as noites
e os mesmos dias

José Gomes Ferreira

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