quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Até onde


Chamas: eu ouço, aqui no meu lugar
silencioso porque nada freme
na secura indelével
da solidão. De novo se chamares
gaudinarei à espera do pedido
para que siga o teu apelo em mim;
então hei-de envolver este destino
que levará a ti.
E só então me voltarei. Atenta:
é muito pouco ouvir
palavras a fluírem
sem que saiba porquê o chamamento.
Se me queres entrega-me o segredo
da súbita vontade
e roga-me que vá
até onde encontrar-te. Com enlevo.

António Salvado
(poeta português)

2 comentários:

Anónimo disse...

Extrordinário este sentido poético do António Salvado, poeta que há que desocultar.


s. pereira

Iguana africana disse...

António Salvado poeta português natural de Castelo Branco, já conta com 50 anos dedicados à poesia.Há muitos poetas da lusofonia de precisam ser mais desocultados.Obrigada pela visita...e volte sempre.