sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Oiço como se o cheiro...


Oiço, como se o cheiro
De flores me acordasse...
É música - um canteiro
De influência e disfarce.
ImpaIpável lembrança,
Sorriso de ninguém,
Com aquela esperança
Que nem esperança tem...

Que importa, se sentir
É não se conhecer?
Oiço, e sinto sorrir
O que em mim nada quer.


Fernando Pessoa

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