domingo, 11 de janeiro de 2009

Sempre a água


Sempre a água
Sempre a água me cantou nas telhas.
Habito onde as suas bicas,
As bocas jorram.
As palavras que no cântaro
A noite recolhe e bebe
Com agrado
Sabem a terra por serem minhas.
Não sou daqui e não vos devo
Nada, ninguém
Poderá negar a evidência
De ser chama ou água,
Fluir em lugar de ser pedra.
Perdoai-me a transparência.

Eugéniode Andrade

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