quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Chove.É dia de Natal
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.
Fernando Pessoa
domingo, 21 de dezembro de 2008
Natal e não Dezembro
Numa gruta, no bojo de um navio,
Num presépio, num prédio, num presídio,
No prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos, e depressa, em qualquer sítio,
Porque esta noite chama-se Dezembro,
Porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
Duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rasto de uma casa,
A cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
Das mãos dadas talvez o fogo nasça,
Talvez seja Natal e não Dezembro,
Talvez universal a consoada.
David Mourão Ferreira
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
O meu Natal
Da Família que se reunia,
Para adorarem o Menino.
Pois neste sagrado dia
Éramos, todos nós iguais.
Até o mais pobre e pequenino,
Pela forte Fé que sentia,
Apenas com pouco mais
Já ter muito lhe parecia.
No Presépio, em palhinhas dormia,
O Menino Jesus tão docemente,
São José, Maria, a vaquinha, o burrinho.
Os sinos repicando alegremente
A Missa do Galo que alegria,
Com que a gente se punha a caminho,
Porque, no Natal de antigamente
Mesmo que caísse a neve fria,
A nossa Alma estava quente...
Felizes Natais do Passado,
Da vida que passa a correr,
E só em sonhos nos aparecem,
Como é bom agora Adormecer.
E em recordações embalado,
De tempos que não se esquecem,
Assim antes na velhice ter
Um Natal desses sonhado,
Que os do Presente viver.
José Gabriel Oliveira
Improviso de Outono
de que sorriso
ou fonte
ou pedra aberta
e é para ti que canta
ou, simplesmente,
para ninguém?
que juventude
te morde ainda os lábios?
que rumor de abelhas
te sobe pela garganta?
não perguntes; escuta:
é para ti que canta.
Eugénio de Andrade
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
O gosto da vida
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Cenários de Outono...
Apanhas do chão as palavras gastas,
como frutos podres; uma a uma,
no poema, formam a frase que
nunca imaginaste, com um sentido exacto.
E vês a árvore de onde caíram,
com as suas folhas de sílabas
e os seus ramos de verso, segredar-te
um musgo de sentimento ao ouvido.
Agora, as palavras são tuas.
Envolvem-te como a hera se agarra aos muros,
e crescem por ti dentro até à alma.
Então, colhe as palavras que te enchem,
antes que caiam como frutos podres, e
oferece-as a quem passa, no cesto do poema.
Nuno Júdice
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Natal divino
Sem um anjo a cantar a cada ouvido.
Encolhido
À lareira,
Ao que pergunto
Respondo
Com as achas que vou pondo
Na fogueira.
O mito apenas velado
Como um cadáver
Familiar…
E neve, neve, a caiar
De triste melancolia
Os caminhos onde um dia
Vi os Magos galopar…
Miguel Torga
Amo as horas sombrias do meu ser
em que os meus sentidos se aprofundam;
nelas encontrei, como em velhas cartas,
o meu dia a dia já vivido,
ultrapassado e vasto como uma lenda.
Elas me ensinam que possuo espaço
p´ra uma intemporal segunda vida.
E por vezes sou como a árvore
que madura e rumorosa, sobre uma campa
cumpre o sonho que a criança de outrora
(abraçada por suas cálidas raízes)
perdeu em tristezas e canções.
Ana Haterly
domingo, 14 de dezembro de 2008
Prelúdio de Natal
pela cúmplice neblina
que vinha perfumada
de lenha e tangerinas
Só depois se rasgava
a primeira cortina
E dispersa e dourada
no palco das vitrinas
a festa começava
entre odor a resina
e gosto a noz-moscada
e vozes femininas
A cidade ficava
sob a luz vespertina
pelas montras cercada
de paisagens alpinas
David Mourão-Ferreira
sábado, 13 de dezembro de 2008
Natal...Na província neva
europeu,
Natal -
mas na província não neva,
nem arde o fogo
nas lareiras,
nem a estrela dos Reis Magos
brilha neste céu.
Idênticos,
Só mesmo a solidão
- E toda a esperança,
como nas terras onde neva,
Canção da janela aberta
Mário Quintana
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Saudade
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios
Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos
Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz"
Charles Chaplin
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Quero ver
Quero ver, o amor vencer...
Se você pode ser assim...
Se o Natal existe ...
Bom Natal ..
Autor desconhecido
domingo, 30 de novembro de 2008
Canção
no rosto familiar que te esperava
Não é nada, meu amor, foi um pássaro
a casca do tempo que caiu,
uma lágrima, um barco, uma palavra.
Foi apenas mais um dia que passou
entre arcos e arcos de solidão;
a curva dos teus olhos que se fechou,
uma gota de orvalho, uma só gota,
secretamente morta na tua mão.
Eugénio de Andrade
sábado, 29 de novembro de 2008
Serenata
Cecília Meireles
Exercício
Fumo
Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos carinhosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!
Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...
Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!...
Florbela Espanca
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Sonhei contigo
possa ter habitantes com tu, a quem chamo
amor, cada ano pudesse trazer
um pouco mais de convicção a
esta palavra. É verdade o sonho
poderá ter feito com que, nesta
rarefacção de ambos, a tua presença se
impusesse - como se cada gesto
do poema te restitui-se um corpo
que sinto ao dizer o teu nome,
confundindo os teus
lábios com o rebordo desta chávena
de café já frio. Então, bebo-o
de um trago o mesmo se pode fazer
ao amor, quando entre mim e ti
se instalou todo este espaço -
terra, água, nuvens, rios e
o lago obscuro do tempo
que o inverno rouba à transparência
da fontes. É isto, porém, que
faz com que a solidão não seja mais
do que um lugar comum saber
que existes, aí, e estar contigo
mesmo que só o silêncio me
responda quando, uma vez mais
te chamo.
Nuno Júdice
sábado, 22 de novembro de 2008
Amo-te
Ou flecha de cravos que propagam fogo;
Amo-te como se amam certas coisas obscuras,
Secretamente, entre a sombra e a alma.
Amo-te como a planta que não floresce e
Leva dentro de si, oculta, a luz daquelas flores.
E graças a teu amor, vive oculto em meu
Corpo o apertado aroma que ascende da terra.
Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde.
Amo-te directamente sem problemas nem orgulho;
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Senão assim, deste modo, em que não sou nem és.
Tão perto de tua mão sobre meu peito é minha,
Tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho..."
Pablo Neruda
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Até onde
silencioso porque nada freme
na secura indelével
da solidão. De novo se chamares
gaudinarei à espera do pedido
para que siga o teu apelo em mim;
então hei-de envolver este destino
que levará a ti.
E só então me voltarei. Atenta:
é muito pouco ouvir
palavras a fluírem
sem que saiba porquê o chamamento.
Se me queres entrega-me o segredo
da súbita vontade
e roga-me que vá
até onde encontrar-te. Com enlevo.
António Salvado
Um dia como os outros
É a hora de adormecer na tua boca,
domingo, 16 de novembro de 2008
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Beija-flor
Márcia Fasciotti
(poetisa brasileira)
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Poesia
nos rasgou por dentro, que
trouxe consigo a chuva negra
do Outono, que fugiu por
entre névoas e campos
devorados pela erva?
Esteve aqui – aqui dentro
de nós, como se sempre aqui
tivesse estado; e não a
ouvimos, como se não nos
falasse desde sempre,
aqui, dentro de nós.
E agora que a queremos ouvir,
como se a tivéssemos re-
conhecido outrora, onde está? A voz
que dança de noite, no Inverno,
sem luz nem eco, enquanto
segura pela mão o fio
obscuro do horizonte.
Diz: “ Não chores o que te espera,
nem desças já pela margem
do rio derradeiro. Respira,
numa breve inspiração, o cheiro
da resina, nos bosques, e
o sopro húmido dos versos.”
Como se a ouvíssemos.
Nuno Júdice
domingo, 9 de novembro de 2008
Chuva
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
*Murmúrio*
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.
Traz-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.
Traz-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
- Vê que nem te digo - esperança!
- Vê que nem sequer sonho - amor!
Cecília Meireles
**********
Hoje é o teu dia.
Estas eram as tuas flores preferidas,Mãe.
Tenho saudades de ti.
Poema das Folhas Secas de Plátano
As folhas dos plátanos
desprendem-se e lançam-se na aventura do espaço,
e os olhos de uma pobre criatura
comovidos as seguem.
São belas as folhas dos plátanos
quando caem, nas tardes de Novembro
contra o fundo de um céu desgrenhado e sangrento.
Ondulam como os braços da preguiça
no indolente bocejo.
Sobem e descem, baloiçam-se e repousam,
traçam erres e esses, cicloides e volutas,
no espaço escrevem com o pecíolo breve,
numa caligrafia requintada, o nome que se pensa,
e seguem e regressam,
dedilhando em compassos sonolentos
a música outonal do entardecer.
São belas as folhas dos plátanos espalhadas no chão.
Eram lisas e verdes no apogeu
da sua juventude em clorofila,
mas agora, no outono de si mesmas,
o velho citoplasma, queimado e exausto pela luz do Sol,
deixou-se trespassar por afiado ácidos.
A verde clorofila, perdido o seu magnésio,
vestiu-se de burel,
de um tom que não é cor,
nem se sabe dizer que nome tenha,
a não ser o seu próprio,
folha seca de plátano.
A secura do Sol causticou-a de rugas,
um castanho mais denso acentuou-lhe os nervos,
e esta real e pobre criatura
vendo o solo coberto de folhas outonais
medita no malogro das coisas que a rodeiam:
dá-lhes o tom a ausência de magnésio;
os olhos, a beleza.
António Gedeão
terça-feira, 4 de novembro de 2008
A um ausente
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu,
enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o acto sem continuação, o acto em si,
o acto que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.
Carlos Drummond de Andrade
Se me puderes ouvir
é mesmo agora o que mais me comove
descobrem devagar um destino que passa
e não passa por aqui
.
à mesa do café trocamos palavras
que trazem harmonias
tantas vezes negadas:
aquilo que nem ao vento sequer
segredamos
.
mas se hoje me puderes ouvir
recomeça, medita numa viagem longa
ou num amor
talvez o mais belo
José Tolentino Mendonça
Símbolos
Mas dizem-me que tudo é símbolo.
Todos me dizem nada.
Quais símbolos? Sonhos. –
Que o sol seja um símbolo, está bem...
Que a lua seja um símbolo, está bem...
Que a terra seja um símbolo, está bem...
Mas quem repara no sol senão quando a chuva cessa,
E ele rompe as nuvens e aponta para trás das costas
Para o azul do céu?
Mas quem repara na lua senão para achar
Bela a luz que ela espalha, e não bem ela?
Mas quem repara na terra, que é o que pisa?
Chama terra aos campos, às árvores, aos montes.
Por uma diminuição instintiva,
Porque o mar também é terra...
Bem, vá, que tudo isso seja símbolo...
Mas que símbolo é, não o sol, não a lua, não a terra,
Mas neste poente precoce e azulando-se
O sol entre farrapos finos de nuvens,
Enquanto a lua é já vista, mística, no outro lado,
E o que fica da luz do dia
Doura a cabeça da costureira que pára vagamente à esquina
Onde demorava outrora com o namorado que a deixou?
Símbolos? Não quero símbolos...
Queria – pobre figura de miséria e desamparo! –
Que o namorado voltasse para o costureira.
Álvaro de Campos
Amigo é.....
Inauguramos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Tempo dos segredos
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio,
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
Gastámos as mãos à força de as apertarmos,
Gastámos o relógio e as paredes das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tinhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava, mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes
e eu acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco,mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Eugénio de Andrade
sábado, 1 de novembro de 2008
Adágio
Não faças do amanhã o sinônimo de nunca,
nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais.
Teus passos ficaram.
Olha para trás...
mas vai em frente
pois há muitos que precisam
que chegues, para poderem
seguir-te.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Decisões
-mas a intuição gosta da vida e dos seus desafios."
Alegoria floral
Nuno Júdice
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Sede...
Saio à rua sedento do teu rosto
e apenas surpreendo nas esquinas
o rastro da tua ausência.
Não sei de ti, não dou por ti.
Falta-me a tua voz,
sem a qual não irei adormecer.
Pergunto-me onde estás, onde andarás,
em que nuvem te diluíste
ou que vento te arrastou
a que paragens e perigos
nascidos do meu medo.
Torquato da Luz
Com o silêncio do punhal num peito
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Oiço falar
Eugénio de Andrade
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Pressa de quê?
Alberto Caeiro
Só contigo eu vou
"A ti pertencem todos os meus sonhos,
Meus pensamentos são tua morada,
Sem teu amor tudo seria nada,
O mundo triste e os dias não risonhos.
Minh'alma vive assim toda encantada,
Não há no meu olhar brilhos tristonhos,
Se estás a meu lado os males mais medonhos,
Fogem de medo da tua sombra alada.
Tu és, meu anjo, o meu porto de abrigo,
Não há ninguém no mundo, amor eu juro
Que possa dar-me tudo o que me dás!
Fica p'ra sempre comigo:
Cada lugar é a face do perigo
Quando me vejo onde não estás."
Silvia Schmidt
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Olhar
Torquato da Luz
Sabedoria
Desde que tudo me cansa,
Comecei eu a viver.
Comecei a viver sem esperança...
E venha a morte quando
Deus quiser.
Dantes, ou muito ou pouco,
Sempre esperara:
Às vezes, tanto, que o meu sonho louco
Voava das estrelas à mais rara;
Outras, tão pouco,
Que ninguém mais com tal se conformara.
Hoje, é que nada espero.
Para quê, esperar?
Sei que já nada é meu senão se o não tiver;
Se quero, é só enquanto apenas quero;
Só de longe, e secreto, é que inda posso amar.
E venha a morte quando Deus quiser.
Mas, com isto, que têm as estrelas?
Continuam brilhando, altas e belas.
José Régio
domingo, 19 de outubro de 2008
O mar estava perto
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
A você, com amor
O amor é a memória
O silêncio que treme
e parece ocupar
o coração que freme
quando a melodia
do canto de um pássaro
parece ficar...
O amor é Deus em plenitude
a infinita medida
das dádivas que vêm
com o sol e com a chuva
seja na montanha
seja na planura
a chuva que corre
e o tesouro armazenado
no fim do arco-íris.
Vinicius de Moraes